MARTA

MARTA
O ADEUS PRECOCE DA MINHA ESTRELA MAIOR

sábado, 18 de junho de 2016

APRESENTAÇÕES DO LIVRO MARTA - O ADEUS PRECOCE DA MINHA ESTRELA MAIOR

No dia 18 de Julho de 2016, vai fazer um ano que tive a felicidade de ver o livro da Marta publicado. 
Durante este ano, que me pareceu ter passado sem eu dar por isso, fiz algumas apresentações pelo nosso Portugal. Sempre com salas cheias de amigos, conhecidos e desconhecidos, procurei dar a conhecer este livro que ficou na gaveta vinte anos, pois não tinha coragem de levar o meu intento para a frente. Tudo tem um timing, e a publicação do livro da Marta veio provavelmente na melhor altura da minha vida. 
Estes vinte anos, reconciliaram-me com a vida, com esta partida factídica que o destino me pregou; por isso, enfrentei a tarefa de mostrar o livro Marta - O Adeus Precoce da Minha EStrela Maior em todos os locais onde a Marta foi feliz.
Oito dias depois da apresentação em Estremoz, fui convidada pelo editor Jorge Castello Branco para ir ao Porto,apresentar o livro na Feira do Livro que ele organiza anualmente. Foi muito bom, pois tive oportunidade de conhecer muita gente ligada aos livros e fui recebida na casa do Jorge pela família, a sua esposa Alda e as duas filhas do casal a Rita e a Xana.
Mais locais se seguiram, como Sesimbra, Amareleja, Cuba do Alentejo, Escola Secundária de Estremoz, Sousel, Massamá, Casa do Alentejo em Lisboa e Portalegre, espero não me ter esquecido de nenhum local.
Nestes diversos locais, contei sempre com a simpatia de amigos e conhecidos que fizeram questão em serem eles a fazerem a apresentação do livro e a convidarem as pessoas para assitirem. Foi sempre tão compensador, tão emotivo e tão gratificante que saía do local sempre muito feliz, bem disposta por ver a reacção positiva do público e com a sensação do dever cumprido - dar a conhecer a minha Marta, que sempre foi uma pessoa inteligente, meiga e preocupada com tudo e com todos.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Mayra

Professora Zu (como já lhe disse antes é tão difícil deixar de lhe chamar professora) Não acredito que tenha visto o meu post de Domingo, dia em que recebi o seu livro e confesso que já me comovi muito. Por ser sempre complicado falar de coisas que mexem com todo o nosso ser e tocam profundo o coração, nunca entrei em detalhe sobre a Marta, nem tão pouco tinha maturidade para tal. Ter o livro mudou algo e confirmou igualmente algo que desconfio que a professora não sabia. Não é que fosse muito boa a disfarçar a sua dor, não é que não se visse que às vezes lhe custava mais, é acima de tudo que apesar de toda a dor a sua entrega foi sempre incrível e os seus alunos sempre tiveram um lugar especial. Obrigada por isso Obrigada por me ter incluído na sua vida Partilhei com o Rob o quanto estava emocionada ao ler o livro e a chegar a páginas onde o meu nome surge, num relato de um fim-de-semana de que me lembro nitidamente, até do nome da sua amiga Risoleta eu me lembrava e da passagem pelo Museu dos Brinquedos, da explicação sobre o Palácio do Rei Louco, entre naturalmente todas as outras coisas. Os livros guardo-os no meu quarto religiosamente. A Florbela Espanca foi minha amiga de faculdade. Não acredito que ele (o Rob) tenha percebido grande coisa, até porque sentimentos são muito difíceis de traduzir. Mas fiz questão de lhe passar mais um bocado do que sou e do que me faz o que sou. Respondendo à sua carta, sempre vivi aqui em Virginia, mas a verdade é que nunca ninguém diz que vive em Virginia ou Maryland, que são os Estados vizinhos de Washington. Eu estou a 15 minutos de carro de Washington e passo lá a maior parte do meu dia. Gostava muito de a ter por cá e espero estar num apartamento melhorzinho quando vier. Mas se ainda estiver na mesma casa não se preocupe, organizarei tudo para que se sinta em casa. Espero que a Rita se esteja a sentir bem apesar do acidente e que tenha uma recuperação rápida. um beijinho grande para si e os meus votos de uma quadra festiva com muito amor e saúde
Facebook, 22 de Dezembro de 2015

domingo, 13 de dezembro de 2015

TEXTO DA ANA MURTEIRA

festa de 10º aniversário da Marta
Lisboa 9 Novembro 2015

Querida Zuzu, 

No domingo passado acompanhou-me durante todo o dia uma sensação de inquietação e de que devia ligar aos meus Pais. Atribuí a sensação às saudades que já tinha deles, apesar de não ter feito uma semana desde que cá tinham vindo a casa beber café. 

Só à noite, chegada a casa, liguei à minha Mãe, que me perguntou imediatamente "Recebeste o meu mail?" 
Estranhei a pergunta, porque habitualmente os emails que me envia são paisagens, lições de vida, e não estava a ver porque é que alguma delas teria sido crucial, e abri imediatamente o email. 

Foi então que vi que ela me tinha encaminhado o convite para o livro da Marta. 
"Pois... a Zuzu escreveu um livro sobre a Marta e apresentou-o hoje na Casa do Alentejo". 
Não li o convite. E assim perdi a oportunidade te vos ver, te abraçar, e de te ouvir finalmente partilhar a tua dor, a tua perda e todas as emoções que vocês viveram nestes anos. 

Talvez te pareça perfeitamente extemporâneo este email, depois de tantos anos de ausência, mas compele-me a escrevê-lo tudo o que senti nessa noite e a amizade - sim, mesmo depois de anos - que te tenho. :) Perdoa-me se de alguma forma entro mais do que devia na tua esfera privada ou se digo algum disparate, mas é que gosto tanto de ti! E gostei tanto que tivesses escrito este livro! 

O email tinha um link para os teus blogues, e a noite decorreu num percurso demorado pelos teus pensamentos, pelas memórias, pelas cartas e pela vossa dor que na altura não soube partilhar. Porque era muito jovem, porque não sabia como se aborda uma pessoa que perdeu um filho!! 
Por cada carta tua, uma lágrima minha à espreita. 

Lembro-me tão bem de que quando vinhas a nossa casa a tua voz e o teu riso enchiam a sala, como sempre: aquele sorriso vivo, aquela presença forte, alegre, a presença meiga e serena do Zé ao lado. Não via tanto a Marta nem a Rita, via-as de passagem, a Rita sempre com o seu olhar vivo e curioso, a Marta sempre com aquele sorriso marcante. 

Quando a minha Mãe me anunciou a partida da Marta, revi a imagem dela à porta, mãos nos bolsos, o sorriso doce, sincero e enorme. Aquele silêncio, aquele modo reservado dela não emanavam senão paz e serenidade a quem pouco a conhecia, como eu. Era como se aquele olhar terno escondesse uma sabedoria enorme, como se não fosse bem deste mundo. 

E apesar de não ter sabido como podia apoiar-te, sempre tiveste um lugar especial para mim, não sei se alguma vez vos dei a saber quanto gosto de vocês. 

Lendo depois o livro da Marta, que a minha Mãe me emprestou ontem, percebi que não tinha sido a única a ter medo de vos abordar, nunca saberia se era o momento certo de vos obrigar a lidar com isso abertamente, se o desejavam sequer.

Uma página a seguir à outra vão revelando a vossa unidade como família, revelam o amor que vos une, a batalha tremenda que vos foi imposta, mas também muito mais: revelam, nas fotos, nos escritos do diário, nas suas mais breves descrições das suas atitudes, revoltas e desejos, nos testemunhos da família, a pessoa que dá o nome ao livro. 

Este livro é uma coisa maravilhosa!! É incrivelmente corajoso da tua parte que o tenhas terminado e lançado! 
É uma coisa maravilhosa saber ou sentir que de alguma forma a Marta revive nas tuas palavras, e que escolheste mostrá-la ao Mundo, mostrar o que se escondia por trás daquela doçura inefável. De alguma forma, nas descrições que fazes dos momentos em família, volta a existir aquela família feliz, e eu sei que nada pode fazer esquecer, e não acredito que seja suposto esquecer. 
Mas para quem o lê e "ouve" as palavras que lhe dedicaste diariamente, as palavras dela, as das amigas, e "vê" os seus passeios, as férias, os momentos com a família, há a sensação de que este livro é a sua imortalização, é a persistência da família em que ela esteja sempre presente, para sempre. 

Desejo muito que ela se mantenha viva em vocês, que essa presença se torne a paz e a doçura que caracterizavam a Marta e um dia, quem sabe, se torne só um bocadinho menos penoso.
És uma lutadora, Zuzu. 
E tenho de te agradecer teres continuado a lutar e teres-me apresentado, neste livro, a verdadeira Marta. 
Gostei muito de a conhecer. É o retrato de uma pessoa muito pura e bonita, que realmente vale a pena conhecer, e da luta da sua família em mantê-la perto. 

Obrigada, Zuzu! 

Um abraço forte, um beijo sincero, e a minha amizade e admiração profundas!! 

Ana 
Resposta da Ana
Zuzu querida :)
Não imaginas como fiquei feliz por saber que de alguma forma as minhas palavras te trouxeram uma alegria!
Sabe que, se alguma beleza viste nelas, não é senão o reflexo da beleza da tua partilha, que tanto e tão profundamente me tocou.
Aos que estão de fora, ao lado, pouco há a dizer ou fazer para curar uma dor tão terrível, mas que bom é saber que por momentos podemos trazer algum calor ao coração dos que amamos!
Essa, acredito, é a força e a razão do amor e da amizade, e és tu a responsável por isso, porque como diz a rosa ao principezinho, os amigos cativam-se... E depois guardamo-los no coração para sempre, se choram choramos com eles, se os fazemos sorrir, sorrimos :)
Obrigada por me fazeres sorrir :)
Beijo enorme e um abraço tão forte!
Ana que te adora! 


 RESPOSTA AO TEXTO PELA MINHA CUNHADA ODÍLIA

odilia baleiro

15 de nov
para mim
Obrigada Zuzu,

por partilhares este texto da Ana, tua vizinha, próxima da idade da Marta, suponho  que, vivendo no mesmo prédio, pouco contacto tinha com ela, quase  não a conhecia.
Este texto tem uma dimensão tal, sincero, lindo, bem escrito, reflectido, eloquente,  brilhante, diria mesmo e que cumpre todos os  objectivos que delineaste qdo prometeste à Marta que a darias a conhecer nas suas vertentes de jovem que sabia o que queria, de jovem sensível à qual os problemas do mundo cedo começaram a constituir para ela uma preocupação, criativa,  bondosa e solidária para com os que a rodeavam...
É isto que tu querias! 
E é isto que está a acontecer!!!
Já tiveste outros testemunhos, e outros que não tiveste feed-back, ou pq não têm jeito para escrever, ou pq não estão para isso, ou porque...mas sabes que é assim que as pessoas percepcionam. 

Eu sei, eu sei que para um mãe isto não chega, não pode chegar,  nada chega porque nada pode trazer a Marta de volta, como diz o ditado "só não há remédio para a morte", é tremendamente insuportável e  irreversível!!!!!

Escreveste o livro, conseguiste publicá-lo, estás a partilhá-lo, as pessoas têm acorrido à tua solicitação, vinte anos volvidos conseguiste dar a conhecer a verdadeira Marta que muito poucos conheciam. 
A Marta está agora mais entre nós! 
Missão cumprida!

E então que fazer?! Não sei, não sei... tu dizes que não sofres nestes eventos...eu acho que te esgotas neles, ficas muito cansada (também não é para menos) e o Zé tão diferente de ti, ainda não percebi bem, se ele acha bem esta promoção/ apresentação do livro?!
 Parece-me que ele preferia, ok, livro escrito, publicado e pronto! Não achas?!!

Nota-se que ele tem muita preocupação contigo, com a tua mobilidade, as queixas que tens sempre, que qq dia não te mexes...
E aí ele tem razão Zuzu. 
Tens de pensar seriamente que a tua cabeça para funcionar precisa de um corpo ao qual tu tens de dar atenção. 
Desculpa...mas quero-te muito bem e gostaria de ver-te mais saudável, mas só tu podes melhorar um pouco a situação.

Acho que teres conseguido publicar o livro da Marta foi uma coisa  boa que te aconteceu, tirou-se esse peso de cima, cumpriste a promessa, embora nada te traga a Marta de volta... acho que te sentes muito bem a dares aulas na Academia de Estremoz e acho que sim deves continuar, mas tens de encontrar tempo para ti, para a tua pessoa!!!

Pensa bem, como encontraste esse grupo de pessoas com quem fazes essas actividades que tanto prazer te dão, tenta encontrar, entre as tuas amigas, algumas que façam algumas caminhadas regulares - dá tanto resultado - e ainda por cima não se paga nada - e tu moras num sítio onde podes fazer livremente esse exercício! 
Tens é de encontrar prazer nisso, encontrar as pessoas certas, as horas certas... há tempo para tudo e tu sabes bem que há!

Eu só te estou a falar tb neste assunto, pq sei que é uma questão que tb te preocupa muito, também! Tens tido tanta coragem, tens  tomado tanta decisão, tens de  pensar como inverter alguns hábitos... só tu podes.

Abraço sempre da mana

Odília
Resposta ao texto pela Rita
Alô, mãe :)

Que carta maravilhosa, linda, madura, inteligente e com tanto amor!

Eu ainda penso na Ana como sendo uma menina, pequenina, tão bonita, mas a Ana cresceu e está ainda mais linda, a contar pelas palavras que te enviou.

Maravilhosa, mesmo. Que bom. Deves ter ficado muito feliz, não é?

Um beijo grande, grande.
Rita

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

MAIL DA LÚCIA VILHENA E A MINHA RESPOSTA

Querida Zuzu
Cá estou, como prometido, a dar-te os parabéns pelo teu livro.
É uma homenagem linda à tua filha mas é muito mais do que isso...
É a expressão clara da dor de uma mãe, de uma família inteira, que foi confrontada com essa perda terrível.
Também a mim, esse fim de semana fatídico, me tem acompanhado ao longo destes 20 anos. Recordo-o recorrentemente com a clareza de um fim de semana recente...
Era um sábado normal, de Inverno, em Beja, com sol aberto, céu azul, muita luz, daqueles em que só se sente o frio quando o sol se põe, porque durante o dia o solinho faz-nos companhia e aquece-nos. Estávamos em casa, descanso merecido, depois da correria normal do trabalho semanal, quando o telefone tocou, logo a seguir ao almoço.
Era a Odília, em choque, a dar-nos a notícia e simultaneamente mostrava a preocupação convosco, tu e o Zé que, na situação terrível não tinham ninguém Beja.
- Vê lá Lúcia se podes ir ter com eles - pediu.
Fiquei meio paralisada mas fui. Cheguei ao apartamento onde morava a Marta e encontrei-os completamente esmagados pela situação, ainda incrédulos, sem reação...
Fui incapaz de conter as lágrimas, de falar, senti-me impotente para vos consolar. Como se consolariam pais que tinham acabado de perder a sua menina?
Não sei quanto tempo se passou até que tu conseguiste olhar-me de frente e ao veres-me os olhos molhados disseste:
- Tu choras Lúcia, mas eu não, porque isto é um enorme e terrível pesadelo e  quando acordar vai estar tudo como dantes.
Como desejei que assim fosse... não consegui contradizer-te.
A tarde foi passando e a triste realidade foi tomando forma, à medida que iam chegando a Beja os familiares mais próximos, uns a seguir aos outros.
Ao fim do dia partiram para a Amareleja. Ficaram connosco a Odília, o Rodrigo e os miúdos deles. Ainda era preciso tratar das burocracias mas era fim de semana o que parecia complicar tudo. No hospital tinham avisado que não era possível avançar nada (em relação à autópsia) sem a ordem de um juiz... Lembrei-me que uma colega educadora da Equipa de Educação Especial era casada com o Juiz Valente ( já falecido) e telefonámos. Quando se inteirou da situação mostrou-se imediatamente disponível para ajudar. Convocou um funcionário do tribunal , com o qual falámos a seguir, e o processo avançou de seguida, com continuação durante todo o domingo. Ocasionalmente quando me cruzava na rua com o Juiz Valente lembrava-me sempre dessa sua preciosa ajuda, em hora difícil, e agradecia-lhe interiormente sem ele saber...
Na segunda-feira de manhã, acompanhámos a saída definitiva da Marta de Beja, para a sua última morada no cemitério da Amareleja.
Que tristeza Zuzu, que fim de semana!...
Os miúdos, os meus e os da Dila e Rodrigo, habituados a estar juntos no Verão e, às vezes, noutra ocasiões, estiveram praticamente em autogestão, todo o fim de semana, portaram-se à altura, sentindo a gravidade da situação, ocupando o tempo e protegendo o mais pequenito, o Andrezito com apenas 5 anitos.
Por tudo isto e, pela amizade que nos une, este livro tem um significado especial para mim. Por outro lado reconheço agora, com mais clareza, a tua força e coragem para durante estes 20 anos, conseguires, aparentemente, fazer uma vida normal, enquanto te debatias interiormente com tantas emoções e sentimentos, por vezes contraditórios.
Alem disso, conseguiste também, através dessas tuas cartas diárias, das narrativas do quotidiano, contar a tua história, da família, de amigos e até do contexto social do país e do mundo, durante todo esse tempo.
Bem hajas Zuzu, por tê-lo feito e dessa forma simples e clara, tão simples e natural mas que nos prende à leitura do princípio ao fim e, acredito, que quase foi tb. uma terapia para ti.

Beijinhos amiga

Lúcia Vilhena

Beja, 5 de Out. de 2015
A minha resposta: 
Minha querida amiga Lúcia
Há muito muito tempo que quando me emociono, fico com um nó na garganta e no estômago e nem uma lágrima corre dos olhos, nem os molho!!!
Hoje, ao ler este teu mail tão sentido e lembrando aquele dia terrível, e o apoio que vocês nos deram, consegui chorar! Não muito, mas os olhos encheram-se-me de lágrimas. Não fiques incomodada por eu ter chorado... faz-me bem chorar, porque acumulo tudo cá dentro... deixei de chorar há muito... 
Vocês, tu e o Zé foram fantásticos, nunca me esquecerei do apoio que vocês nos deram, no Volskwagen, tu e o Zé, naquela noite muita fria de Fevereiro, com um nevoeiro quase cerrado,  revesavam-se para nos levarem a vossa casa, onde uma mesa  posta e farta com tudo para comer nos esperava... fazíamos que comíamos, porque a vossa atenção merecia isso, mas o nó na garganta era tão apertado, que não conseguia (eu pelo menos!) que a comida passasse. Deste-me a tua cama, onde tentei dormir com a minha prima Guida, tu insististe para que nos deitássemos, e lembro-me de ter passado pelo sono, ter acordado muito estremunhada, e dizer à minha prima: "Guida, eu não posso estar aqui! eu tenho que ir para junto da Marta!, é a minha noite última noite com ela, de despedida!" e levantei-me muito à pressa e pedi-vos  a ti ou ao Zé que nos fossem levar à Igreja!!!
Sempre preservei muito a amizade,e sempre senti que cabe aos amigos o apoio quando um deles está a precisar... mas vocês ultrapassaram toda a disponibilidade que eu poderia desejar. Nunca , nunca o poderei esquecer... 
Mais tarde, soube pelo Rodrigo e pela Odília que foram vocês que procurararm pedir quem pudesse desbloquear a situação, para se fazer a autópsia porque era fim de semana, e não se sabia quando a situação ficaria resolvida. 
Hoje, talvez tivesse havido alguém no hospital que nos desse apoio psicológico, pelo menos ouve-se isso na televisão, mas há 20 anos, mandaram-nos embora, levaram a Marta para a morgue e nós, eu e o Zé, ficámos em choque, sentados no carro, sem nos apercebermos do que nos estava a acontecer... o maior drama da nossa vida... por isso a minha resposta quando te vi chorar! não me lembrava de te ter dito isso... mas era na verdade como me sentia... um pesadelo do qual iria acordar em breve!!! grande engano!!! 
Publicar o livro fez-me muito bem, sinto que cumpri o que há muito prometia à Marta, e todos os que o têm conseguido ler... muita gente não consegue enfrentar a minha dor!!... têm tido a reacção que tu tiveste, e isso deixa-me muito reconfortada. Não me sinto  feliz... sinto-me com o dever cumprido!!! A Marta se houver vida para além da morte, estará a assitir a isto e estará orgulhosa da mãe que tentou que em livro ficasse registada a sua curta vida. 
Muito e muito obrigada minha amiga. Como é bom sentir que temos amigos que nos dão o apoio nas ocasiões mais difíceis da vida, adoro ir à Manta Rota e estar convosco, com os teus filhos, com a Alda, com as tuas queridas netas, lindas e espertas que eu adoro, apesar de as ver quase de ano a ano! 
Um grande, enorme beijo para ti e para o Zé da amiga Zuzu
Casa Branca, 5 de Outubro de 2015

sábado, 5 de setembro de 2015

MÃE

Recebi este mail de uma amiga virtual, mas que eu já considero amiga; não nos conhecemos, mas o livro da Marta, que ela me pediu que eu lhe enviasse pelo correio veio ligar-nos. Temos mantido uma correspondência desde aí. Ontem, dia 4 de Setembro enviou-me este mail, com este poema, que e encheu de alegria e emoção

MARTA, FESTA DE ANIVERSÁRIO DOS 10 ANOS
Zuzu,
Ontem li já tarde este seu email. E a seguir fui dormir. Hoje saí cedo para fazer análises  e tratar de um assunto relacionado com exames que tenho de fazer este mês no hospital. 
Passei o dia na cidade, e tive muito tempo para pensar. Pensei como é bom a Zuzu sentir-se assim entusiasmada, e depois pus-me a pensar no que lhe diria a Marta se se pudesse expressar … agora quando lá for ao cemitério da Amareleja.
Peço-lhe desculpa se não gostar de ler o que me “saiu” e se isto não lhe parece de todo a veia poética da Marta, mas não consegui mesmo escrever outra coisa, por mais que lhe tivesse pedido inspiração durante o dia.
Desejo-lhe um Bom fim-de-semana e envio um grande beijinho.

Mãe
Não me procures mais aqui…
Pois nunca morei nesta pedra fria…
Naquele dia fatídico
Não vim prá qui…
Regressei à minha Essência, àquilo que Sou:
Partícula do Sol, da Lua, do Vento,
E do teu Pensamento.
Mãe, não me procures mais aqui…
Encontra-me no céu azul do nosso Alentejo,
Nas flores que desabrocham em cada Primavera,
Na chuva que cai e molha o teu rosto
Na brisa que beija os teus cabelos…
Mãe… é aí que eu estou
A dizer-te “Olá”
Porque em tudo e todos que amamos
Uma parte de nós
Estará sempre lá…
Sempre…
Sempre lá…


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

DISCURSO NO LANÇAMENTO, DE JOAQUIM MURALE, AUTOR DO PREFÁCIO

panorâmica da sala

Joaquim Murale lendo o seu discurso
Senhoras, senhores, amigos, uma boa tarde a todos.
Se hoje estou aqui, na minha cidade natal, não é apenas para corresponder ao honroso convite que me foi feito por Zulmira Baleiro para apresenrtar o seu livro, o que já seria motivo suficiente, mas porque considero ser o seu livro um facto importante sob várias perspectivas. " Marta - O Adeus Precoce da Minha Estrela Maior", é muito mais do que uma homenagem de uma mãe à filha que viu partir numa idade em que a vida era apenas uma promessa; é muito mais do que a revelação de uma jovem que a morte levou aos 21 anos de idade.

É verdade, Marta, com a publicação deste livro, a tua mãe Zuzu cumpre a promessa que te havia feito! o nascimento deste livro representa um passo mais, no longo caminho que a dor da tua partida deixou na alma dos que te perderam: tua mãe, teu pai, tua irmã, teus avós, teus tios, teus primos, teu companheiro, teus amigos. A dor que os acompanha em privado há 20 anos torna-se agora pública. Por isso, este livro, para além de uma homenagem , é uma forma de te dar vida, de te trazer de novo ao convívio dos viventes, numa dimensão diferente, é verdade, mas mais intemporal do que a nossa própria vida, porque, através deste livro, a tua memória perdurará para sempre. 

Este livro, Marta, revela-nos que a perda de um filho cava na alma da sua mãe uma dor sem fim, sem tamanho, uma dor com a qual não sabe lidar, que a atormenta e desinquieta nas vinte e quatro hjoras do dia. E esse é um dos aspectos em que este livro é importante. Através dele, outros pais que a mesma dor visitou encontrarão apoio, consolo e compreensão. Através dele, todos nós, que a vida põe em contacto diário com famílias em luto, ganhamos mais consciência para a dimensão deste sofrimento e, por isso, mais preparação no trato com os atingidos.
O que é normal na vida é que sejam os filhos a fechar os olhos dos pais. A tua partida, Marta, em plena juventude, foi um acto anti-natura. Nestas condições, em que a mãe vê partir um ser que ganhou vida de si, a morte de um filho é um pouco a morte da mãe que o gerou porque a vida de uma mãe que perde um filho nunca mais será a mesma. Ao trazer à luz algumas das cartas que te escreveu ao longo dos vinte anos em que decorre a tua ausência, a tua mãe revela-se uma mulher de coragem por aceitar expor-se e revelar-nos a sua fragilidade, a confusão de sentimentos que por vezes a habita, a sua incompreensão e a revolta por uma realidade que não consegue admitir.

Por outro lado, um casal é a união de duas metades diferentes, seja no sexo, seja na personalidade, seja nos gostos. As formas de sentir são igualmente diferentes. Quando o luto por um filho toca um casal, as maneiras de viver a perda são quase sempre distintas. É por essa razão que, desgraçadamente, à dor da perda se junta muitas vezes o infortúnio do desentendimento de um para com o outro. E quantos laços se não desfazem por isso! Não possuímos estatísticas, mas sabemos, de outros casos, que são muitos. Tua mãe, Marta, não escondeu essa situação nas cartas que te escreveu, não fugiu dela. Mas aconteceu que os laços de amor que unem a tua família foram mais fortes do que todas essas dores e mantiveram a tua família coesa.

Neste livro, Marta, que a tua mãe organizou em quatro partes, constam ainda testemunhos genuínos e pungentes de familiares e de amigos que conviveram contigo. Esses testemunhos revelam, além da saudade que deixaste em todos eles, o teu carácter bondoso, meigo, solidário, direi mesmo apaixonado na forma como te dedicavas às pessoas e às causas que abraçavas - que eram grandes, como a tua alma: a paz e harmonia entre os Povos, a justiça e a igualdade entre os Homens. Tão grandes sonhos, só num grande coração! Tenho a certeza, Marta, de que se, hoje, pudesses estar entre nós, a tua voz se ouviria clamar contra a prepotência e a injustiça daqueles que regem os destinos do nosso país e do mundo, pedindo pão, saúde, amparo e paz para os povos de Portugal, da Europa e do mundo inteiro.

No terceiro capítulo deste Livro, a tua mãe remete-nos para o seio da vida familiar. Assim assistimos ao teu nascimento, crescimento, à tua exploração da vida, ao conhecimento do corpo, à descoberta dos sentimentos, das emoções, à vivência dos primeiros desencantos e decepções, à consciência de que o mundo que nos rodeia é distinto dos nossos sonhos e que a vida é, para quase todos nós, uma realidade dura e complexa onde se cruzam medos, desejos e sonhos e na qual o trabalho digno e porfiado nem sempre recolhe a parte de sucesso que o justificaria.

A ligação afectiva com os teus pais, com a tua mãe, a criação das primeiras amizades, os anos difíceis da pré-adolescência, as primeiras paixões, os pequenos segredos e cumplicidades e as grandes decisões estão patentes na terceira parte do livro, a par de imagens que mostram a tua beleza tranquila, morena, apaziguadora, para que os olhos dos leitores te possam fazer justiça. Mas igualmente, as dúvidas e as interrogações da tua mãe sobre a maneira de te educar estão presentes nestas páginas, que nos remetem para o sempre profundo mas delicado relacionamente entre pais e filhos. Por este livro, o teu livro Marta, passam ainda hábitos e costumes de uma família, a tua, no trablaho e no lazer, as suas preocupções e a sua adaptação à envolvente social.

E o livro encerra respirando a tua presença, ora através dos poemas que escreveste, onde a tua sensibiliddae se revela e a tua alma desabafa o entusiasmo das primeiras descobertas, dos primeiros sonhos, das primeiras paixões, das primeiras, mas sólidas convicções, ora através de alguns trabalhos realizados no âmbito escolar, onde a tua capacidade imaginativa se evidencia.

Sabes Marta? eu tive o privilégio de ler este livro antes de qualquer outra pessoa. Foi assim, para além das palavras que já havia escutado da boca da tua mãe, que fiquei a conhecer-te. E é uma honra poder dizer-te, agora, que, não obstante te haver conhecido desta forma, também eu aprendi a estimar-te, a bem-quer-te, também eu fiquei teu amigo porque a sinceridade e a generosidade da tua alma faziam e fazem e prendiam e prendem amigos com muita facilidade.

Deixa-me dizer-te então, querida amiga Marta, que as quatro partes deste livro constituem uma unidade dinâmica que conflui num retrato harmonioso do teu ser brilhante, o retrato de uma jovem labutando empenhadamente por construir o seu lugar no mundo, lutando por ser feliz, lutando pelo mundo também. Assim, entretecendo emoções, saudades, dores, com palavras nascidas na alma, tua mãe Zuzu, de forma segura e bela, materializou neste livro a justa e tocante homenagem que te estava prometida.

Sem receio de me repetir, e com plena convicção, afirmo que o alcance deste livro vai muito para lá de uma homenagem. Estender a mão a outros pais que sofrem a mesma dor é outro alcance que este livro atinge com distinção. De facto, saber o que acontece com outros pais que viram o chão faltar-lhes quando seus filhos partiram, não apaga as dores da perda, mas dá consolo e ajuda a encontrar estratégias de sobrevivência. Por outro lado, a autenticidade dos relatos que nos são apresentados confere a este livro o estatuto de um retrato realista de várias décadas da sociedade portuguesa dos tempos presentes. Os antropólogos, os sociólogos, os psicólogos, os hstoriadores, os investigadores sociais, encontrarão neste livro um referencial idóneo de consulta sobre as relações humanas, sobre a história da família, da sociedade e do nosso tempo.

Por tudo isto, Marta - O Adeus Precoce da Minha Estrela Maior, é um livro cuja leitura recomendo vivamente a todos, sejam pais ou ainda não, porque nos remete para a vida real e nos ensina que, sendo a vida algo tão imprevisível e frágil, não deveremos desperdiçar cada momento que passa ao ritmo das batidas do coração. Acima de tudo, nunca deveremos esconder de alguém o afecto que nos nutre sob pretexto de o fazermos amanhã porque amanhã pode ser tarde de mais.
Agradeço a Zulmira Baleiro, mãe e autora, e a toda a família Baleiro, a coragem pela exposição pública da sua privacidade bem como a Jorge Castello Branco, o editor, que tornaram possível este livro.

Antes de terminar, deixa-me ainda confidenciar-te, minha querida Amiga Marta, que a publicação deste livro vai ter na vida de teus pais, Zulmira e Zé Baleiro, particularmente na vida da tua mãe, uma importância muito maior do que a que eles imaginam e de que nem eles, neste momento, suspeitam!
E é assim, Marta Baleiro, que através deste livro, pela mão da tua mãe, tu regressas ao nosso convívio para ficar para sempre. Por isso, por ti, por teus pais e por toda a tua família, o dia de hoje tem tudo para ser um dia feliz!

Muito obrigada a todos por terem vindo. Bem-haja a todos pela atenção que me deram. Desejo-vos, Amigas , Amigos, as maiores felicidades!

Joaquim Murale
Estremoz, 18 Julho de 2015

FOTOS

Joaquim Murale, Zuzu e Jorge Castello Branco
Joaquim Murale, Zuzu e Jorge Castello Branco

Inês

Silvia Rebocho e Luis Rosa
Zuzu

Zuzu. Silvia Rebocho e Luis Rosa


Sandra Battaglia


Sandra Battaglia

Zuzu autografando os livros

TEXTO DA ZUZU NO DIA DO LANÇAMENTO DO LIVRO MARTA

Muito boa tarde
Em primeiro lugar, quero agradecer a todos vós pelo facto de estarem aqui comigo,  neste dia tão quente de Verão.
Quem aqui está, sabe da importância que este livro tem para mim.
Desde que a Marta partiu, comecei por escrever-lhe todos os dias uma carta. Nunca adormecia sem lhe escrever a contar-lhe os episódios do meu dia-a–dia ou para lhe dizer como sentia a sua falta. Mais tarde, comecei a pensar que poderia fazer um livro com as cartas, já escrevi 25 cadernos A4, mas, como digo na nota introdutória, muitas das cartas eram tão intímas que eu me iria expor demasiado. O tempo foi passando, muitas coisas, mas mesmo muitas coisas aconteceram, nestes 20 anos... e apesar de nunca ter posto completamente a ideia de parte, pensava que nunca conseguiria fazê-lo. Tive a sorte, num dia de Outubro do ano passado, ter encontrado, aqui em Estremoz, o editor Jorge Castello Branco e o escritor Joaquim Murale, que leram o manuscrito e acreditaram no projecto. Com a ajuda do meu genro Bruno que fez a capa e a organização das fotografias e com a colaboração precisosa de Joaquim Murale que organizou o que estava numa completa desordem  e da minha filha Rita que tudo corrigiu, consegui cumprir os prazos a que o editor me porpôs.
Não me vou alongar mais, este livro é uma homenagem que eu presto à minha Marta, a minha Marta que se instalou num “buraquinho” junto do meu coração, e nunca mais de lá saiu. Também acredito que possa ser uma das estrelas que brilham no céu, mas acredito mais que  a sua alma esteja dentro de mim, pois durante estes 20 anos, ela têm-me acompanhado sempre, sempre, nos momentos bons, menos bons, e maus que tenho passado... ela é a minha companheira constante... com quem falo em pensamento, a quem peço ajuda, a quem falo dos projectos, das alegrias, das tristezas e  das saudades enormes que a sua partida súbita me causaram.
A Marta gostaria e desejaria que esta apresentação fosse uma festa e por isso vai ser um dia de alegria; assim, convidei as minhas queridas alunas e amigas da Academia Sénior de Estremoz para lerem poemas da Marta, pedi à Sandra Battaglia que dançasse uma dança muito especial  para nós, pedi à minha amiga Risoleta que cantasse a acompanhar a Sandra na sua dança, pedi à Sílvia Rebocho, minha mais recente amiga, que cantasse um ou dois fados, pedi ao Luis Rosa que tocasse para nós, às minhas amigas Beatriz e Inês que dissessem um poema da Marta e que cantassem uma canção à sua escolha,  pois a Marta adorava tudo isso: ela adorava  a dança, a música, a alegria, a boa disposição, o convívio entre todos.  Quem ler o livro vai concordar com aquilo que acabo de dizer, a Marta gostava muito das pessoas, dos amigos, da boa camaradagem.
Um bem-haja  a todos e a todas os funcionários da Câmara Municipal de Estremoz, que mostaram sempre uma enorme disponibilidade para que os meus desejos se concretizassem.
Um enorme obrigada a todos por colaborarem comigo na elaboração desta pequena festa e por dedicarem esta tarde à homenagem à Marta.  
Zuzu
Passo a ler um texto que a vereadora Drª Márcia me deixou para ser lido neste dia:
Minha querida amiga Zuzu
Infelizmente, por já ter férias marcadas há bastante tempo, hoje não poderei partilhar consigo e com os presentes a apresentação do livro da Marta. Chamo-lhe “livro da Marta” porque na realidade este livro é dela. Foi escrito com muito amor, emoção, saudade e dor pela sua mãe para que as estrelas lho fizessem chegar. E assim foi. O Universo cumpre sempre os seu papel.
Como lhe disse, apesar de ainda não ter lido o livro, li todas as cartas que escreveu à Marta no seu blog. Tudo numa única noite. A sinceridade e intensidade da sua escrita emocionou-me de tal forma que nessa noite não consegui dormir. Como é que eu poderia imaginar que aquela mulher tão feliz e tão bem disposta que eu conhecia, vivia na dor de uma mãe que perdeu um filho? Não deve haver dor maior!!!
Querida Zuzu,  a sua capacidade de gerir essa dor, de ajudar outras mães que vivem o mesmo sentimento e de nos emocionar profundamente ao contar a história da Marta, aumentou ainda mais a minha admiração por si. Que afortunada sou, porque a conheci e me tornei sua amiga.
Beijinhos especiais.
Márcia
18/julho/2015





ZUZU POEMA DE GINA FERRO

Zuzu
Já colhi, da tua mágoa, o pranto 
Dessa tão agre e profunda tristeza 
E afundei mais a magoada certeza
Que não há dor maior que magoe tanto
Mas, se te puder servir dalgum conforto
A que é minha íntima convicção
É que tudo acontece por razão
De virmos e rumarmos a outro porto
A Marta teria escolhido assim
Um viver curto e feliz a teu lado
Legando-te vivências dum passado
E com essas mil memórias sem fim
Terás de construir um novo presente
Onde ela viva, em corpo, ausente! 
Georgina Ferro
No meio da tua dor, podes reconfortar-te com a alegria da sua vida linda de amor... Foi uma perda sem medida, mas pelo menos, deixou-te a alma repleta de bons momentos... Que bom poderes multiplicá-los entre nós. E se hoje, temos a sorte de usufruir do viver dos nossos filhos, e tu da tua Rita, talvez o que tu nos mostras na Marta, nos sirva para mais valorizarmos o que temos! Espero que sintas na Rita o AMOR em duplicado.


CARTAZ DA APRESENTAÇÃO DO LIVRO NA CASA DE TURISMO DE ESTREMOZ