MARTA

MARTA
O ADEUS PRECOCE DA MINHA ESTRELA MAIOR

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

LIVRO MARTA - O ADEUS PRECOCE DA MINHA ESTRELA MAIOR

17 de Agosto de 2015
Olá, Zuzu Baleiro!

Já terminei a leitura do seu livro na Segunda-feira passada, mas a falta de disponibilidade desta semana impediu mais cedo este email.
Tenho a dizer-lhe que há muito não lia um livro tão rapidamente, mas comecei por me envolver na sua dor e depois fui lendo (e resistindo à mania que tenho de começar um livro pelo final) sempre na expectativa que a Zuzu tivesse encontrado um lenitivo para tamanha dor, estilo “receita” para outras almas sofredoras (eu desde sempre lido mal com a morte, acho haver muita falta de educação nesse sentido, pois a morte é um tabu apesar de fazer parte da vida de todos nós. Penso assim desde os meus 8 anos, quando assisti aos últimos minutos de vida do meu avô materno, e toda a cena me ficou gravada na memória). Esse lenitivo que eu esperava, não veio. Possivelmente nem existe, ou se existe, cada uma, cada um, terá de o encontrar à sua maneira…
Eu perdi um menino que nasceu a 9 e foi enterrado a 12 de Setembro de 1973. Só quem passa pela situação sabe avaliar…
Apesar de não encontrar essa esperada "receita", confesso que o final do livro em nada me decepcionou. Pelo contrário. O livro é, para além de um testemunho da dor e da resistência de uma Mãe, um precioso ALERTA. Gostei muito. E só poderia gostar ainda mais, se soubesse que este livro servirá de catarse para o seu coração e a sua mente. Não sei se servirá… mas sei que isso É POSSÍVEL!... E A MARTA GOSTARIA QUE ISSO ACONTECESSE!...  

Um beijinho muito grande, ZuZu.


P.S.
Transcrevo um “desabafo” meu, de 24 de Abril 1991, relacionado com o sofrimento da minha querida mãe e a minha impotência perante a morte, que a levaria a 15 de Junho desse ano.

“DOR”
O céu é azul
A terra é verde.
As nuvens são brancas,
Estas que estou a ver.
Só a minha dor…
Não tem cor!...
E o céu
O mar
A terra
O ar,
Tudo tem nome.
Menos esta dor que me consome.
Sem nome e sem cor
Porque dói tanto
Esta dor?!...

A Marta escreveria um dia, qualquer coisa assim parecida, se não tivesse ido antes do tempo. Nascemos destinados a sofrer a partida dos que amamos... E isso dói tanto...  A nossos olhos, não é justo. Resta-nos a esperança de que a Natureza faça tudo bem feito, mesmo aquilo que possamos reprovar, por escapar à nossa compreensão. 
Um abraço, do tamanho da distância entre a minha terra, e aí, a Casa Branca...  


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