MARTA

MARTA
O ADEUS PRECOCE DA MINHA ESTRELA MAIOR

sábado, 29 de janeiro de 2011

Lembro-me perfeitamente dessa semana

 Lembro-me perfeitamente dessa semana, desses dias, como se tivesse sido ontem. Falámos no dia 3, e eu como sempre falei pelos cotovelos. Quando parei percebi que havia alguma coisa que não estava bem. O tom de voz era diferente, a respiração era outra. Como sempre a Marta desdramatizou. Trocámos algumas alegrias e lamentos, e ficámos de nos encontrar daí a uns dias. Lembro-me que quando o telefone tocou, no dia seguinte, e me disseram que era a Rita, o meu coração parou. Não sei explicar o porquê, mas o meu coração parou.


Patrícia Lança

3 comentários:

  1. Querida, querida Patrícia...:)
    Lembro-me como se fosse agora do momento em que tive de te telefonar. Não sabia que palavras e que tom teria de usar quando chegasses ao telefone. E hoje não me lembro das palavras que te disse nem do tom que usei. Provavelmente disse-te as óbvias, com as mãos e o corpo todo a tremer: a Marta tinha desaparecido das nossas vidas. Não sei o que te disse, mas espero que não tenha sido muito brusca. Tão brusca como foram para mim no hospital quando me disseram que a Marta já não vivia. Tenho saudades tuas, Patrícia. Temos de nos encontrar e conversar muito. Beijo imenso.

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  2. Rita!!! Que saudades, querida amiga, que saudades :)
    Lembro-me de tudo. É daquelas coisas que nos ficam gravadas na alma. Como é que me posso esquecer?? Tu não me disseste, confirmaste. Sabes, não acredito nada no 6º sentido, mas eu senti que alguma coisa estava errada, muito errada. Eu é que fui brusca contigo. Arranquei-te a notícia aos gritos. Tu só confirmaste. Lembro-me de tudo. Lembro-me da viagem que fiz para o Alentejo, lembro-me da música que ouvi vezes sem conta, lembro-me do silêncio durante toda a viagem. Lembro-me também de termos andado sem rumo, durante a noite, a visitar alguns dos sítios que a Marta gostava. Lembro-me do nosso silêncio cúmplice. Lembro-me acima de tudo do sorriso da Marta. Se fechar os olhos vejo o sorriso dela, como se a tivesse visto ontem.
    Temos de nos encontrar sim, e há de certeza tanto para conversar. Um beijo enorme.

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  3. Olá minhas queridas!
    Também eu me lembro de ter recebido a notícia, confesso que não sei quem telefonou lá para casa, mas sei quem me deu a notícia. Foi uma colega nossa a Esmeralda que me foi bater à porta do quarto e me disse muito calmamente o que tinha acontecido. De imediato liguei para o Cacém, para casa e quem atendeu foi o meu pai, eu chorava, chorava a contar ao meu pai.
    Eu vim para Beja com a Marta e fiquei por Beja, talvez seja o destino, talvez tenha que continuar o caminho que a minha amiga deixou por terminar...

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