MARTA

MARTA
O ADEUS PRECOCE DA MINHA ESTRELA MAIOR

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A AIRES


Olá minha querida!
Todos os dias vou "visitar" o blog, e mais do que uma vez, é uma maneira de estarmos todos juntos com a Marta.
Eu tenho muitas recordações e muitas saudades dos nossos tempos de adolescência, das nossas conversas, das nossas brincadeiras e das nossas divergências (eu sempre muito teimosa e com mau feitio - que ainda hoje em dia conservo), mas já sou mais calminha, já vou fazer 37 anos.
 
Sabe, o meu namorado padece da mesma tristeza que eu, faleceu um amigo dele com quase a mesma idade da Marta de cancro, então temos alturas em que cada um fala e recorda as partidas, as aventuras que teve com a sua amiga Marta e com o seu amigo Francisco - Chico- como lhe chamavam os amigos.
Já lhe mostrei o blog e ele já se comprometeu a digitalizar as fotos que eu tenho da Marta.
Gostava de ter o mail da Rita, gostava de falar com ela, será que o pode enviar?
Eu tenho uma amiga, a Carla, que vive em Tavira. Somos amigas e colegas do curso da Agrária. A Carla aparece na minha vida após a morte da Marta, fomos colegas de turma e amigas até hoje. A Carla é muito parecida (não fisicamente porque é muito gordinha) com a Marta, meiga, muito responsável, com muita genica, e sobretudo muito paciente.
Isto tudo para dizer que eu vou muitas vezes a Tavira passar fins de semana e férias e podia ser que um dia me encontrasse com a Rita, se ela quiser, é claro.
 
Muitos beijinhos.

PASSEIO À SERRA DA ESTRELA

PASSEIO À SERRA DA ESTRELA
ABRIL DE 1978

Os dois passeios à Serra da Estrela que fizemos todos juntos, deixaram grandes recordações em todos nós.
O clima de amizade, de boa disposição que vivemos nesses dias, superaram o medo que sentimos quando caiu um enorme nevão e nós estávamos no cimo da Serra. Tivemos que esperar pelo limpa-neves, que só limpava um dos lados da estrada e com muita dificuldade lá conseguimos descer a Serra, rumo à Covilhã, onde tínhamos reservado quartos.
No primeiro passeio, a Marta tinha quatro anos e foi a partir desse passeio que começou a enjoar nos automóveis. Até essa data, nunca se tinha queixado de indisposição, mas nesse dia vomitou várias vezes e nunca mais deixou de ficar indisposta nas viagens.
Desde essa altura, para a Marta viajar de automóvel ou de autocarro era sempre um aborrecimento, ficava agoniada e as viagens, que deveriam ser um prazer, transformavam-se num verdadeiro enfado.
MARTA COM O KISPO AMARELO
4 ANOS ABRIL DE 1978
Quando ia em visitas de estudo, tinha muito receio de se sentir indisposta, e algumas vezes  tomava comprimidos para o enjoo, pois não se sentia nada bem com as viagens. Mais tarde, quando nós íamos dar algum passeio perto de casa, a Marta  preferia ficar em casa, pois dizia que ia ficar mal disposta e por isso optava por não viajar.
Nesse primeiro passeio à Serra da Estrela, não fazíamos ideia  do frio que iríamos encontrar, não levávamos nem roupas nem calçado apropriado para podermos enfrentar a neve e o vento gélido.
BRINCADEIRAS NA SERRA
COIMBRA PORTUGAL DOS PEQUENINOS
Brincámos na neve e ficámos todos molhados. A Marta que era a mais pequenina, molhou-se toda e eu não tinha roupa para a mudar, então toda ela tiritava de frio e tivemos que ir o mais rapidamente possível para o Hotel, onde vestimos roupas secas e procurámos secar as molhadas. Na verdade, não foi uma experiência muito agradável, mas apesar de todos esses contratempos, essas viagens ficaram para sempre registadas como grandes "aventuras" e onde a boa disposição superava todos os inconvenientes.

1º CLASSE - ESCOLA PRIMÁRIA DE MASSAMÁ



A Marta entrou na 1ª Classe na Escola Primária de Massamá, com seis anos. Ia cheia de expectativas e estava muito ansiosa para que começasse a escola. Sempre adorou a escola, sempre gostou de assistir às aulas da Rita e por isso estava com uma curiosidade imensa para começar a aprender a ler e a escrever.
A professora que ficou com a  turma da Marta não era afável nem atenciosa, andava com problemas familiares e era uma pessoa seca e distante. A Marta sempre foi muito afectiva e muito meiga e penso que desde o primeiro dia, ela se apercebeu que a professora estava ali só para ensinar e não para dar carinho e afecto.
 A pasta e os livros e cadernos estavam sempre impecavelmente arrumados e limpos, adorava ter canetas e lápis bonitos e era com um prazer enorme que vinha da escola e se sentava no seu quarto a fazer os trabalhos de casa. Era muito aplicada e dava-se muito bem com todos os colegas. Brincava no recreio e era muito bem comportada dentro da sala de aula.
 O 1º ano na escola primária não deixou muitas saudades à Marta.

OS AMIGOS - A FAMÍLIA BARROS

Quando chegámos a Massamá, conhecíamos apenas a família Barros. Foi com o Zé Barros, a Cacilda e a filha destes, a Leninha, que começámos a conviver. Juntávamo-nos com muita frequência para grandes lanches e jantares, para passeios e para grandes convívios. Sentíamo-nos bem com eles e as miúdas adoravam a Leninha, com dez anos de idade, com quem se sentiam muito bem.
A Marta era uma bébé muito bonita e alegre. Estava sempre bem disposta e adorava ver pessoas. A Cacilda vinha do emprego por volta das seis horas da tarde e a nossa casa era paragem obrigatória. Assistia ao banho da Marta, brincava com ela, lanchava connosco e só depois ia para casa dela. Muitas vezes, a Leninha que chegava do Liceu de Queluz e o Barros que vinha com o Zé do Banco, entravam para ver aquela bébé e a irmãzinha Rita e acabavam por ficar para jantar. Fazíamos muitas vezes as refeições juntos. Qualquer "petisco" ou acontecimento da Revolução de 1974 era pretexto para nos juntarmos, quer em nossa casa, quer na casa deles.
A Rita e a Marta estabeleceram com a Leninha uma grande e profunda amizade. A ternura e a meiguice da Leninha cativava-as e elas adoravam ir brincar para casa dos Barros.
Com eles fizemos campismo, demos grandes passeios, fomos ao teatro e outros espectáculos e as  festas de anos  ainda hoje são recordadas com nostalgia.

A CASA DA RUA DAS CAMÉLIAS

O NOSSO PRÉDIO
DESENHO FEITO PELA MARTA COM 3 ANOS

 A casa tinha quatro assoalhadas grandes, uma varanda espaçosa e como dava para três ruas,  o Sol entrava a jorros pelas janelas, era uma casa muito alegre e confortável. Decidimos alugá-la. Viemos morar para Massamá, no dia 3 de Agosto de 1973, eu estava grávida da Marta de quatro meses.

VERSO DO DESENHO
TEXTO DITADO PELA MARTA
            Naquela altura, Massamá era um pequeno lugar da freguesia de Queluz, onde se vivia quase uma vida provinciana. Como éramos poucos habitantes, as pessoas conheciam-se umas às outras, pelo menos de vista e nós sentíamo-nos bem naquele novo ambiente, tão diferente do Bairro de Benfica, onde até àquela data tínhamos morado. Íamos à loja da D. Maria, ao supermercado do Sr. João, ao café do Sr. Manuel e aí éramos tratados pelo nosso nome e com consideração, pois sabiam quem nós éramos e onde morávamos.
PORTUGAL DOS PEQUENINOS - COIMBRA
MARTA COM 4 ANOS  ABRIL 1978
            A Rita e a Marta cresceram neste ambiente sossegado e saudável. Brincavam na rua, com quase todos os miúdos que moravam  perto da nossa casa sem haver medo de quaisquer perigos. Foram  umas crianças que respeitaram muito as outras crianças, bem como os adultos, pois desde muito pequenas se habituaram a conviver com diferentes estratos sociais.
Na casa da Rua das Camélias, nº6, 1º Esquerdo, vivemos 15 anos muito felizes.
Durante esse tempo, fizemos grandes amigos  com quem vivemos momentos inesquecíveis.

2º RECADO DA AVÓ AMÉLIA

Casa Branca, 26 de Janeiro de 2000
Querida netinha

MARTA E RITA NATAL DE 1991
1º ANO A ESTUDAR EM BEJA
Só agora te escrevo de novo para te contar como foi o nosso Natal. Graças a Deus com saúde, mas como deves calcular muito triste, pois sentimos todos a tua falta.
Tenho sempre na minha memória, a véspera de Natal, eu tinha sempre muito trabalho no estabelecimento, estava cansadíssima, mas estava desejando chegar à vossa casa para a consoada e levar as prendas, muitas delas  não iam embrulhadas. Tu vinhas sempre abrir-nos a porta, tiravas-me os sacos das mãos muito contente e com muita vida, e eu dizia-te: - “ Olha querida, isto são as prendas, mas ainda não estão embrulhadas” . Tu já tinhas os papéis, que a vossa mãe tinha o cuidado de comprar no Centro Comercial, por sinal, sempre muito bonitos e com as ditas fitas e tu imediatamente as ias embrulhar e pôr à volta da árvore de Natal. Pouco passavam das 11 horas noite e tu já não conseguias estar sem que fosses abrir as prendas, era uma hora de grande alegria e de excitação, era uma hora tão linda que jamais me esquecerei.
Este ano, o Natal passou-se, era para ir à Missa do Galo, mas coincidiu com o jantar e já não fui, além disso a vontade também era pouca. Fui à  Missa do Dia de Natal, às das 10 horas.
Os teus pais foram para o Algarve passar o Natal com a Rita, pois o Bruno fez questão em fazer a festa de Natal na nova casa. Eu e o avô Vitalino ficámos em Casa Branca, com o tio Zé Manuel, tia Rita, Patrícia e Fernando, tivemos troca de prendas, por acaso muito fraquinhas e tudo sem grande vontade.
O Tio Zé Manuel também não se pode conformar com a tua perda; nós todos temos sofrido muito.
A tua mãe anda com uma depressão nervosa, mas ela faz muito esforço para ter vontade de viver e para lidar com todos nós; talvez com o tempo, a nossa disposição possa melhorar, mas, a tua partida  ainda é muito recente!... Tenhamos Fé em Deus!...
Hoje, dia 26 de Janeiro a Rita Salomé vai ao Estados Unidos da América, a um especialista  de doenças reumáticas, Deus queira que ela melhor muito, vai com a amiga Filipa, pois ela precisava de lá ir por causa do mestrado e aproveitaram a ir juntas.
                                                     Avó Amélia

ANA E MARTA

ANA FERREIRA E MARTA COM 11 MESES
CASA BRANCA 29 DE DEZEMBRO DE 1974
A Ana é uma amiga da minha prima Guida. Elas adoravam brincar com a Marta, pois era uma bébé muito bem disposta. Aqui, a Marta está com cara de quem acordou da sesta há pouco tempo. A Ana, "encontrou" o blog sobre a Marta e quis partilhar connosco esta foto. Muito obrigada Ana.

COMENTÁRIOS DA RITA



rita

 para mim
mostrar detalhes 11:08 (9 horas atrás)
rita deixou um novo comentário na sua mensagem "POEMA DA MARTA":

A minha irmã apaixonou-se muito cedo! E viveu as trovoadas de amor muito cedo. Eu tive de esperar mais uns aninhos, apesar de ser a mana mais velha...:) Ela vivia tudo com tanta intensidade e energia e entrega. Que engraçado que era. Todos os textos, mostram a intensidade e a velocidade da vida da Marta. Na altura, nós não sabiamos, mas tinha mesmo de ser assim, pois a viagem da minha mana iria ser mais curta. A Aires tem razão, a Marta foi feliz em Beja (eu sabia) mas, mais uma vez aí, ela viveu tudo mais depressa do que os outros: eu, na fac, ainda estava na casa dos pais, a cozinharem o jantar para mim;) - a Marta já vivia com o Paulo e geria a vida dos dois. Aos 20, limpava a casa dela, cozinhava para os dois e para todas as visitas que apareciam, e até passava a ferro as camisas do Paulo (este último detalhe sempre foi uma surpresa para mim pois eu ainda hoje - com 40 anos - nunca passei uma camisa do meu marido...). Não tenho a energia da minha mana. É sem dúvida um pouco misterioso: a rapidez com que cresceu, viveu e sentiu cada amor, cada amizade, cada amizade. Agora sabemos: tinha mesmo de ser assim. Fizeste bem, mana. Muito bem.

Mais uma vez obrigada, Mãe, pela partilha. A minha memória - que sempre me atraiçoou - precisa destes textos para me lembrar com a Marta viveu a vida muito bem. 



Bom dia, querida mãe

Já fui ver o blogue hoje e já lá deixei um comentário.

Não podes ter medo de ser criticada se escrever sobre a Marta é o que te apetece fazer. Para além do mais, é como dizes, as pessoas têm respondido muito bem. Eu tenho trocado emails com a Patrícia Lança. E isso só aconteceu por causa do blogue, já viste?  Andamos a ver como nos podemos encontrar.

O blogue não está caótico. Está bem assim: vai ao sabor das emoções. Deixei lá mais um comentário que me saiu bem de cá de dentro:) mas é um comentário feliz!

Mas vais colocar os textos do teu diário, não vais? Pelo menos aqueles que quiseres colocar...

E sim, eu vou ver o blogue todos os dias e todos os dias mato saudades da Marta. Ainda mesmo os textos de hoje - aqueles poemas tão precoces da Marta - me fizeram sorrir. Por isso, continua. Continua a publicar até isso te fazer bem. Quando isso te deixar de fazer bem, pára.

Amo-te muito.

Provavelmente, lá para o final do mês, vou visitar-vos: Agora estou a acabar uma parte da tese e não me dá jeito nenhum. Para além de que está um frio maluco. E se está frio aqui, nem imagino como será aí.

A minha casa é muito confortável: em relação a isso não te preocupes, por favor. E vês o que a Aires diz em relação à casa/anexo de Beja? Nunca tiveste tantas razões assim para te preocupares: quando se é jovem, tudo é uma aventura e eu acredito MESMO na Aires.

Um beijo e um bom dia:) Agora vou estudar.
r.
p.s. Diz à avó que adorei o texto que escreveu. Gostei mesmo!

POEMA DA MARTA

DIA 30/12/1987 JUNTO AO RIO TEJO EM LISBOA
MARTA BALEIRO

Tudo começou numa manhã de Setembro.
Quando eu te vi.
Quando eu vi aquele rosto meigo e macio a olhar para mim,
 Todo o meu coração brilhava para ti,
Os meus olhos pareciam olhar com amor
Esqueci a guerra, esqueci tudo lá fora quando te vi,
A crueldade das pessoas, a mágoa das crianças pobres.
Esqueci que podia haver Paz, mas não havia!
Porquê estes sentimentos todos?
Porque eu notei que te amava, sentia amor.
Mas logo pensei em dizer adeus, dizer adeus e nada mais.
Porque não! Não pode ser verdade…
Eu estar a ficar apaixonada por um rapaz que eu estava a ver pela primeira vez.
Mas era verdade, estava apaixonada!
Estou apaixonada!
Quando tudo acabar!
Quando tudo ficar verde da cor da esperança:


 EU VOLTO




Marta love C. 

( 13 anos)

POEMA DA MARTA

MARTA MAIO DE 1988
VISITA DE ESTUDO A SETÚBAL, 8º ANO ESCOLA SECUNDÁRIA DE MASSAMÁ



Meu Amor
Como é duro viver sem ti, viver neste mundo cruel sem o teu amor.
Como o teu coração é grande, os teus lindos cabelos de seara, os teus olhos cor de mar.
Deixa-me viver a tua vida, senti-la e ressenti-la na minha vida.
A minha vida sem ti não passa de uma noite de escuridão
Mas ...
Mas quando por ti passo, sinto o meu pobre e abandonado coração a querer chamar o teu querendo-te dizer que te amo e sempre te amarei e nunca te esquecerei e que te esperarei.
De Noite todos dormem só eu não consigo dormir
Pois não me deixa este amor que me fizeste sentir
Tudo o que tenho te pertence:
Meus olhos para te ver
Minha boca para te beijar
Meus braços para te abraçar
Meu coração para te amar
Sempre te vi
Sempre te desejei
Só tenho medo porque nunca te dominei

Desta que te ama loucamente e
com loucura amarga

Marta Baleiro     ( 14 anos )                      
6/6/88       
8 horas da manhã

AIRES

A Aires foi também uma das primeiras colegas com quem a Marta fez uma enorme amizade. A Aires era já amiga da Patrícia, e por isso a partir do 1º dia de aulas na Escola da Paiã, formou-se o trio. Eram inseparáveis: festas, cinema, festas de aniversário, passeios, etc. etc. eram sempre as três amigas que iam, onde estava uma, estavam as outras duas...
ESCOLA DA PAIÃ
MARTA, AIRES, OLGA E 2 COLEGAS , 1991
No dia 31 de Janº a Aires escreveu estes dois comentários referentes a dois posts meus:


Olá minhas queridas!
Também eu me lembro de ter recebido a notícia, confesso que 

não sei quem telefonou lá para casa, mas sei quem me deu a notícia. Foi uma colega nossa a Esmeralda que me foi bater à porta do quarto e me disse muito calmamente o que tinha acontecido. De imediato liguei para o Cacém, para casa e quem atendeu foi o meu pai, eu chorava, chorava a contar ao meu pai.
Eu vim para Beja com a Marta e fiquei por Beja, talvez seja o destino, talvez tenha que continuar o caminho que a minha amiga deixou por terminar... 

                                   ***************
Peço desculpa por interferir nunca conversa entre mãe e filha mas eu sou testemunha que a Marta foi muito feliz naquele seu quarto. Acreditem que teve muitos e bons momentos naquele quarto. Era feliz, estava na universidade, tinha a pessoa que amava perto dela, tinha tudo para ser feliz e mais não digo porque a minha amiga está a ver-me e eu não posso revelar os segredos dela, são segredos. 

A PATRICIA

PATRÍCIA NA ESCOLA DA PAIÃ, COM 16 ANOS ,
MARÇO 1990
A Patrícia conheceu a Marta no 1º dia de aulas na escola da Paiã. Tornaram-se amigas íntimas, eram "cumplices" uma da outra. Iam ao cinema, iam passear aos fins-de-semana, faziam tudo sempre juntas, pois a Patrícia morava em Mira-sintra e por isso os transportes que usavam eram os mesmos. 
Texto escrito no dia 30 de Janeiro de 2011, pela Patrícia Lança para a Rita sobre o dia da morte da Marta:

Rita!!! Que saudades, querida amiga, que saudades :)


Lembro-me de tudo. É daquelas coisas que nos ficam gravadas na alma. Como é que me posso esquecer?? Tu não me disseste, confirmaste. Sabes, não acredito nada no 6º sentido, mas eu senti que alguma coisa estava errada, muito errada. Eu é que fui brusca contigo. Arranquei-te a notícia aos gritos. Tu só confirmaste. Lembro-me de tudo. Lembro-me da viagem que fiz para o Alentejo, lembro-me da música que ouvi vezes sem conta, lembro-me do silêncio durante toda a viagem. Lembro-me também de termos andado sem rumo, durante a noite, a visitar alguns dos sítios que a Marta gostava. Lembro-me do nosso silêncio cúmplice. Lembro-me acima de tudo do sorriso da Marta. Se fechar os olhos vejo o sorriso dela, como se a tivesse visto ontem.
Temos de nos encontrar sim, e há de certeza tanto para conversar. Um beijo enorme. 
PATRÍCIA, NUNO GARCIA E DAVID SIMÕES
ESCOLA DA PAIÃ, MARÇO 1990


Patrícia Lança 2/2 às 17:28 
Zuzu...tantas saudades!!!
Tenho lido o blog, e confesso que tanto me arranca sorrisos como muitas saudades e tristeza. Enfim, temos de saber e aprender a viver com o que a vida nos oferece, não é?
Já "falei" com a Rita, e foi muito bom. Tal como lhe disse a ela, apesar dos anos terem passado parece que foi ontem que estivemos juntas. Há uma sensação de conforto e compatibilidade que não se perde.
Eu estou bem. A precisar loucamente de férias (muito mesmo), mas bem e a levar o barco para a frente.