MARTA

MARTA
O ADEUS PRECOCE DA MINHA ESTRELA MAIOR

domingo, 30 de janeiro de 2011

BEJA , COM O PAULO

Nunca faltava às aulas. Mesmo debaixo de chuva ou de frio intenso, levantava-se muito cedo, para estar nas aulas às 8 horas da manhã. Sentia-se bem e andava muito bem disposta.
O Paulo estava também em Beja, viam-se todos os dias e estavam  felizes.
Dia 31 de Dezembro 1992
"Fim do Ano
Ano Novo Vida Nova, Ano Velho Vida Velha.
Tenho de tomar certas medidas na minha vida, pois já tenho idade para ser mais responsável e saber aquilo que quero e saber dos sacrifícios dos meus pais.
Espero encontrar uma casa nova para mim e para a Aires em Beja, em que não seja tanta confusão. Pois neste momento somos 11 raparigas numa casa sem muitas condições e torna-se muito desgastante para mim.
Espero que os meus pais sejam o mais feliz possível, assim como desejo que a minha irmã tenha tudo aquilo que deseja.
Espero que o meu namoro com o Paulo  continue e sejamos muito felizes.
Espero ser feliz no ano de 1993
Marta

Com todas estas mudanças na sua vida, os estudos também se ressentiram. O ambiente na casa não era o mais propício ao estudo e logo nas primeiras frequências os resultados não foram muito animadores. Não havia nenhum adulto na casa que vigiasse minimamente quem  visitava as raparigas e a meio do ano, começaram a receber muitos amigos, de tal forma que os serões eram passados a conversar e o estudo ficava para trás. A Marta era muito trabalhadora e procurava fazer todos os trabalhos que lhe eram pedidos, mas com o ambiente da casa que não era o ideal para o estudo e muitas vezes  sentia-se desmotivada, pois os professores eram muito exigentes e as  disciplinas muito trabalhosas. No primeiro ano chumbou a várias cadeiras, mas de qualquer modo transitou para o 2ºano.
A Marta a meio do ano lectivo 1992/1993, talvez em Março de 93, resolveu ir viver com o Paulo, alugaram a casa da Maria Albertina, na Rua Ferreira de Castro, nº26, 2º D. Foi uma decisão muito complicada, pois ambos assumiram a responsabilidade de uma união com todos os inconvenientes e responsabilidades que isso iria trazer. A Marta era muito adulta, muito responsável e aceitou esta nova situação de braços abertos e com grande optimismo. Nós achávamos que ela era muito nova para ter a responsabilidade de uma união e a responsabilidade de governar uma casa. Sabíamos que a mensalidade que lhe mandávamos não poderia ser muito aumentada e tínhamos receio que "as coisas" entre eles, não corressem bem. O Paulo teve alguns empregos e esforçou-se para que nada lhes faltasse, mas eu sei que algumas vezes a Marta se viu um pouco aflita para que o dinheiro chegasse até ao fim do mês. Para eles, o que importava era estarem juntos e viverem o seu grande amor, isso foi amplamente conseguido durante uns tempos, e eles foram muito felizes. A Marta foi feliz durante esses meses de vida em comum.

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