PRIMEIRA FOTOGRAFIA DA MARTA EM BEJA Beja Escola Superior Agrária de Beja |
Ainda foi com a Aires a Santarém matricular-se e arranjar quarto. Mas no mesmo
dia em que se matriculou, preencheu um documento de permuta, para ir para a
Escola Agrária de Beja. Apesar de estar contente por ter entrado na Escola
Superior, andava muito decepcionada, pois tinha tudo "programado"
para ir para Beja, onde já se encontrava o Paulo e a colocação em Santarém
vinha obrigá-la a mudar os planos.
Durante
estes dias, tentámos convencê-la, mas deixámos que fosse ela a decidir.
Passado
alguns dias, veio a autorização do Ministério da Educação para que se fosse
matricular em Beja. A Marta ficou felicíssima. Logo no dia seguinte, foi no
primeiro autocarro para Beja, afim de fazer a matrícula e procurar alojamento.
Era
o sonho da Marta que começava a concretizar-se. Escreve no seu diário:
Hoje é dia 21.10.92
Estou muito longe de onde te costumo
escrever, estou em Beja.
Pois é, consegui o que queria, entrar em
Beja.
Estou numa casa só para estudantes, somos
muitas raparigas, a Aires também cá está.
Ainda não fui às aulas porque tenho fugido
da praxe, mas amanhã é o dia do caloiro, há um desfile e à noite há festa na
discoteca.
Eu gosto do quarto, embora seja um pouco
caro e muito frio, estou a pagar (20.000$00)
O Paulo
também cá está a tirar a carta.
Eu estou a gostar de Beja, é uma cidade
simpática.
A escola é um pouco longe, mas com
companhia, faz-se.
Bem agora vou fazer o meu jantar. Amanhã ou
depois, conto-te como foi ser caloira.
Tchau!
Sinto-me um pouco sózinha, mas não é assim
tão mau,
dias
melhores, dias piores ...
Escola Superior Agrária de Beja
Curso TIAA
Tuma 10 1º ano nº57/92
No
fim de semana seguinte, fomos procurar quarto. Procurei a casa da mãe da Lúcia,
onde estavam hospedadas jovens estudantes, mas a Marta não lhe agradou ficar
ali, pois teria que partilhar o quarto com outra colega e ela queria um quarto
só para ela. Vimos mais uma casa ou duas, mas as senhorias queriam alugar um
quarto para duas raparigas, o que desagradava profundamente à Marta. A Marta
ficou no quarto de uma amiga durante uma noite e no dia seguinte, já sozinha
com a Aires calcorrearam Beja de ponta a ponta, para encontrarem um quarto
individual.
Finalmente alugaram um "quarto" para cada uma, na Rua Tenente Sanches de
Miranda, nº11,em Beja.
Dia
12 de Outubro de 1992 chegou o pedido de transferência de Santarém para Beja.
A
Marta escreve na agenda, sublinhado com dois traços: Fiquei
em Beja.
No
dia 16 de Outubro passa a 1ª noite no quarto da casa da D. Helena, na Rua
Tenente Sanches de Miranda, nº11- Beja
Dia
18 de Dezembro 1992, último dia de aulas do 1º Período.
Natal
de 1992
Escreve
na Agenda:
O meu Natal foi como todos os outros, só com
a diferença de ter tido menos prendas, porque a minha vida mudou bastante,
desde o momento em que fui para Beja, é muita despesa, eu gasto
mais de 40 contos por mês.
Se este 1º ano não tirar boas notas volto
para Lisboa e entro numa particular, como o Ismag, onde posso tirar o curso e
nem gasto nem metade do dinheiro que gasto neste momento.
Mas eu sei que não sou parva e vou esforçar-me
mais para ver se consigo, pois um curso tirado numa faculdade estatal ou na
particular é muito diferente, a nível de futuro emprego.
Mas eu estes primeiros meses portei-me muito
mal, mas agora de 1 de Janeiro, ano novo, vida nova.
O
senhorio adaptara umas arrecadações no fundo do quintal a "quartos".
O "quarto" era muito pequeno, muito frio e húmido. O tecto era de
telha vã, onde colocaram uma placa de contraplacado para tapar as telhas, mas o
vento, a chuva e o frio entravam através do forro. A cama estava encostada à
parede húmida e uma alcatifa no chão procurava tapar o cimento que havia por
baixo, tinha uma janela velha e uma porta com frestas da largura de dois dedos,
por onde entravam o vento e a chuva. A
casa de banho, a cozinha, uma pequena sala de convívio e outros quartos para
duas raparigas ficavam na casa principal, no outro extremo do pátio. A Marta
estava muito contente por ter encontrado finalmente um quarto só para ela!
No
fim de semana, fomos levar-lhe tudo o que ela precisava para ali viver. Roupas
da cama, toalhas, cobertores, televisão, louças, livros e alguns objectos
pessoais. Arrumámo-lhe o "quarto" o melhor que pudemos, procurámos
torná-lo confortável, mas na verdade, eu saí dali muito angustiada, pois não tinha quaisquer condições de
habitabilidade. Eu conhecia o clima frio e agreste do Baixo Alentejo e a cidade
de Beja é conhecida pelos Invernos muito rigorosos. Eu estava preocupada. Sabia
que a Marta se tinha precipitado com o aluguer daquele "quarto" e
conhecia a Marta para saber que ela se iria sujeitar àquelas condições, pois
não queria partilhar o quarto com mais ninguém.
Cheguei
a Massamá, comecei a fazer um cortinado feito com um cobertor para pôr na porta
e um outro cortinado para a janela, talvez os cortinados atenuassem um pouco o
frio intenso das noites gélidas!... O Inverno de 1992 foi um dos mais rigorosos
dos últimos anos, chuvas torrenciais inundaram o "quarto" por
mais que uma vez e este continuava frio,
desconfortável e a cheirar a mofo. Quando me deitava no meu quarto quente e
confortável da nossa casa de Massamá, pensava nas condições em que a Marta se
encontrava e isso preocupava-me imenso.
No
quintal da casa, havia quatro ou cinco
quartos, todos iguais ao da Marta, dentro da casa, havia mais três ou quatro quartos,
logo estavam ali alojadas doze ou treze
raparigas. A casa de banho era só uma e na cozinha também não havia
muito espaço. Tudo isto, fez com que eu não me entusiasmasse nada e a minha
expressão de desagrado foi notada pela Marta. Ela sabia que eu tinha razão em
estar preocupada, pois a casa não tinha condições para tanta gente habitar ali
e faltava o ambiente calmo e confortável necessário ao estudo.
Eu temia que as condições do quarto lhe
trouxessem problemas de saúde e ao mesmo tempo receava que os estudos fossem
prejudicados com toda esta agitação.
Penso
que a Marta também se apercebeu das poucas condições da casa, mas ao mesmo
tempo não queria deixar aquela casa onde estava à sua vontade e onde não havia
ninguém a controlá-las e a aborrecê-las com exigências.
A
Marta depressa fez amizade com as restantes raparigas da casa. Sentia-se bem
com o convívio alegre e descontraído que ali viviam e para me
"animar" dizia-me que o quarto estava mais confortável, depois da
colocação dos cortinados e que adorava estar ali, eu sentia que ela tinha que
ser responsável pelos seus actos e pela sua vida. A primeira carta que
recebemos da Marta, não me tranquilizou.
"Queridos Pais
Espero
que esteja tudo bem por aí.
Por cá está tudo bem.
Ando é um pouco cansada porque a escola é
muito longe, mas é uma questão de hábito.
Na Segunda-feira aconteceu-me uma coisa
engraçada, enganei-me na sala e fui para outra turma. No horário estava
laboratório 1 ou sala 2 , eu vi gente na sala 2 e como não sabia a minha turma,
entrei, assinei a folha de presenças e assisti durante 2h , de repente eu
percebi que não era a discilplina certa, mas como eu ainda não sei bem o que
cada discilplina consta, não me apercebi. A minha sorte é que não tive aula,
senão tinha falta. Disse à professora e saí, todos se riram e eu e a Aires
saímos muito envergonhadas.
A
Aires está neste momento a dormir, porque anda muito cansada.
São precisamente 6h45m.
Tenho gasto muito dinheiro esta semana.
Eu
estou a gostar das aulas, mas são muito diferentes do liceu, muita gente, os
professores falam muito depressa, não consigo tirar apontamentos nenhuns.
Ah!
Onde eu estou a gastar o dinheiro é nas sebentas que os professores mandam
comprar.
Estive
agora mesmo a escrever à Ritinha a contar todas as novidades.
Esta
semana o tempo está melhor, não está tanto frio, tenho andado com a camisola
verde que vocês me compraram que é muito quentinha.
Tenho
comido muito bem, e muitos chocolates e rebuçados quando estou a passar as
aulas. Eu estou a achar o curso muito difícil! Mas o tempo irá dizer como irá
terminar.
Já conheci pessoas da Escola muito
simpáticas, conheci uma rapariga de Setúbal (Quinta do Anjo) chama-se Bia é
muito simpática, e já disse se eu precisasse de alguma coisa da escola do 1º
ano ela me ajudava, ela está no 2º ano (com disciplinas do 1º é claro, como
todos!).
Bem agora vou terminar, pois vou acordar a
Aires para irmos fazer o jantar, para nos deitarmos cedo, porque amanhã temos
aulas às 8 h.
Há alturas em que me apetece estar aí em
casa com vocês, mas logo me lembro que eu estou a tirar o meu curso para um dia
ser Engª. Marta Varela Baleiro.
Mas tenho saudades da cara séria do pai e
dos repentes da mãe.
Quando
receberem a carta, eu devo ter falado com vocês ao telefone.
Um beijinho, (Um não, muitos beijinhos)
Desta
vossa filha que vos ama muito
20 de
Outubro de 1992
Marta
Varela Baleiro
Nos fins-de-semana, tínhamos a visita da Marta. Vinha de
autocarro e como ela sempre enjoou nas viagens, chegava, muitas vezes, agoniada e desejando chegar a nossa casa para
descansar.
No dia 16 de Novembro de 1992, a Marta escrevia-nos e
contava-nos em pormenor o seu dia a dia :
Queridos Paizinhos:
Está tudo bem?
Por cá está tudo bem.
Hoje é Terça-Feira,
vim agora das aulas, estive a ter 2 h de Biologia, sempre a escrever.
Hoje almocei na escola, foi lulas com arroz,
sopa c/ agrião, sumo de laranja e fruta (pêra) , o almoço não é mau, pelo menos
o de hoje não foi mau.
Já me ando a sentir
melhor, isto é, ando menos cansada, embora ontem tenha havido uma festa lá em
casa, pois a Andreia, a rapariga do Porto, fez anos e fizesmos-lhe uma festa,
foram muitos colegas lá da Escola, houve bolos, champanhe, foi muito engraçado.
Este fim-de-semana
em princípio fico cá, porque tenho já que começar a estudar a sério, já tenho
frequências marcadas para menos de um mês, logo a disciplina mais difícil
Química-Física dia 12 de Dezembro, depois é Química Orgânica dia 9 de Janeiro e
se não são estas fraquências são outras que calham ao Sábado.
A Aires fica cá este fim-de-semana, por isso, ficamos as duas a estudar.
A Bia, aquela
rapariga da Quinta do Anjo, ficou de me emprestar livros para eu tirar
fotocópias no próximo fim-de-semana.
Ainda não paguei o
quarto porque ainda não vi os senhores até hoje.
Ontem fui ao banco buscar o cartão Multibanco
é muito colorido, e já o experimentei, Está bom!
Hoje quando vim das aulas, fiz uma
estravagância, fui beber uma Coca-cola com um bolo, com a Aires, soube-nos bem,
já há muito tempo que não o fazíamos.
Neste momento,
estamos no meu quarto, eu estou a escrever e ela está a passar uma aula.
Daqui a pouco vamos tratar do jantar.
Um colega nosso da Paiã, o Nuno Lavadinho
está muito doente com febre muito alta, teve de ir ao hospital e tudo, já levou
2 ou 3 injecções de "aspirina?" para baixar a febre e lá no hospital
teve de levar uma injecção de penicilina.
E os colegas dele
de quarto iam-lhe dar sopa de pacote e eu ofereci-lhe sopa da minha, porque era
só o que ele podia comer, pois doía-lhe
muito a garganta, hoje acho que já está melhor.
Já mandei fazer a
chave do meu quarto.
Agora sinto-me muito melhor no meu quarto,
pois limpei-o todo, ficou muito bonito e com os cortinados, todas dizem que o
meu quarto está muito bonito.
O Verão de S.
Martinho continua cá em Beja, está um tempo muito agradável, embora à noite
como é normal arrefeça um pouco.
Bem, agora vou passar uma aula e fazer um
relatório, para ir jantar.
Um beijinho ( + de 1, muitos beijinhos) da
vossa filha que vos ama muito
Eu telefono na quinta ou sexta-feira!
Muitos Beijinhos Recebi agora
mesmo uma carta da
Rita diz que está tudo bem.
Neste momento está na Escócia.
Marta Varela
Baleiro
No mesmo envelope vinha uma segunda carta, pois a
primeira ainda não tinha sido enviada.
(2)
Queridos Pais:
Como está tudo por aí?
Por cá está tudo a
correr bem.
Hoje é Domingo e ainda estou na cama a
estudar um pouco porque durante a semana não consigo estudar nada.
O Tempo tem estado muito bom mas hoje
acordei com o barulho da chuva, o senhor da casa esteve cá ontem a arranjar o
telhado, parece que adivinhava que hoje ia chover, mas não está frio nenhum.
Estou a escrever hoje para pôr no correio
amanhã, pois já tenho a outra carta escrita há muito tempo.
Agradeço imenso a
encomenda, gostei muito.
Estive agora a ler a carta que escrevi na
terça-feira e já paguei o quarto e o meu colega já está melhor, mas esteve bem
atrapalhado.
No próximo
fim-de-semana, em princípio vou aí, porque nas outras seguintes tenho que
estudar e se eu andar de um lado para o outro não consigo estudar nada.
Como eu escrevi no fim da 1ª carta, a Rita
escreveu-me está boa diz que está tudo a correr bem, a semana passada foi
quando foi à Escócia, eu já tenho a carta escrita, mas o mais difícil é pô-la
no correio.
O Nelson ainda não
veio cá, mas depois nós falamos melhor sobre isso, no próximo fim-de-semana.
Tenho tentado
gastar menos dinheiro, tenho conseguido gastar um pouco menos, mas há sempre
qualquer coisa para comprar.
São neste momento 12h30m e estou a começar a
ficar com fome.
Olhei agora para o
caderno e lembrei-me: fiz uma ficha de Química e tive Suf+, eu fiquei muito
contente, porque a maioria teve suf- e suf- - , como foi o caso da Aires.
Eu e a Aires agora estamos a dar bem, ela
agora anda mais calma.
Bem depois eu telefono, agora vou estudar
mais um pouco.
Muitos, Muitos beijinhos
da
vossa filha que vos ama muito
Marta Varela Baleiro
Documentos
das praxes / fotos da praxe
Frequentava o Curso de Indústria
Agro-Alimentares na turma ... do 1º ano.
Nunca
faltava às aulas. Mesmo debaixo de chuva ou de frio intenso, levantava-se muito
cedo, para estar nas aulas às 8 horas da manhã. Sentia-se bem e andava muito
bem disposta.
O
Paulo estava também em Beja, viam-se todos os dias e estavam felizes.
Dia 31 de Dezembro
"Fim do Ano
Ano Novo Vida Nova, Ano Velho Vida Velha.
Tenho de tomar certas medidas na minha vida,
pois já tenho idade para ser mais responsável e saber aquilo que quero e saber
dos sacrifícios dos meus pais.
Espero encontrar uma casa nova para mim e
para a Aires em Beja, em que não seja tanta confusão. Pois neste momento somos
11 raparigas numa casa sem muitas condições e torna-se muito desgastante para mim.
Espero que os meus pais sejam o mais feliz
possível, assim como desejo que a minha irmã tenha tudo aquilo que deseja.
Espero que o meu namoro com o Paulo continue e sejamos muito felizes.
Espero ser feliz no ano de 1993
Com todas estas mudanças na sua vida, os estudos também
se ressentiram. O ambiente na casa não era o mais propício ao estudo e logo nas
primeiras frequências os resultados não foram muito animadores. Não havia
nenhum adulto na casa que vigiasse minimamente quem visitava as raparigas e a meio do ano,
começaram a receber muitos amigos, de tal forma que os serões eram passados a
conversar e o estudo ficava para trás. A Marta era muito trabalhadora e
procurava fazer todos os trabalhos
que lhe eram pedidos, mas com o
ambiente da casa que não era o ideal para o estudo e muitas vezes sentia-se desmotivada, pois os professores
eram muito exigentes e as disciplinas
muito trabalhosas. No primeiro ano chumbou a várias cadeiras, mas de qualquer
modo transitou para o 2ºano.
A
Marta a meio do ano lectivo 1992/1993, talvez em Março de 93, resolveu ir viver
com o Paulo, alugaram a casa da Maria Albertina, na Rua Ferreira de Castro,
nº26, 2º D. Foi uma decisão muito complicada, pois ambos assumiram a
responsabilidade de uma união com todos
os inconvenientes e responsabilidades que isso iria trazer. A Marta era muito
adulta, muito responsável e aceitou esta nova situação de braços abertos e com
grande optimismo. Nós achávamos que ela era muito nova para ter a
responsabilidade de uma união e a responsabilidade de governar uma casa.
Sabíamos que a mensalidade que lhe mandávamos não poderia ser muito aumentada e
tínhamos receio que "as coisas" entre eles, não corressem bem. O
Paulo teve alguns empregos e esforçou-se para que nada lhes faltasse, mas eu sei que algumas
vezes a Marta se viu um pouco aflita para que o dinheiro chegasse até ao fim
do mês. Para eles, o que
importava era estarem juntos e viverem o
seu grande amor, isso foi amplamente
conseguido durante uns tempos, e eles foram muito felizes. A Marta foi feliz
durante esses meses de vida em comum.
O
ano de 1994 começara bem. Tudo corria dentro da normalidade.
No dia 2 de Janeiro de 94, a
Marta escreve na sua agenda:
"2ºdia do ano de 94 com muito frio
Passei a Passagem do Ano em Tróia com o
Paulo, a Patrícia e o Fernando, o namorado.
Passámos a passagem do ano muito bem,
principalmente porque eu passei com a pessoa que amo e que quero sempre ao pé
de mim.
No dia 1 de Janeiro 94, fomos almoçar ao
Avelino, no Carvalhal;
comemos muito bem, comi choco frito que nunca
tinha comido, e comi ameixão? com caril
que também estava óptimo.
No dia 1 à noite jogámos ao Pictionary
Picante depois de um jantar feito por mim, pois eu trouxe umas coisas para
" nos alimentarmos".
No dia 2 ou seja hoje, estou neste momento
na praia com o Paulo, pois estamos à pesca, ainda não pescámos nada e está
muito frio, eu estou gelada. Sendo o segundo dia do ano de 94, espero passar um
ano mais quente que este dia."
No
dia 21 de Janeiro de 1994, quando a Marta fez 20 anos, resolvi organizar uma
grande festa de aniversário, para festejarmos os seus anos com toda a família.
Convidei a Paula, mãe do Paulo e o marido, o Zé Maria, para que estivessem
connosco e assim nos ficássemos a conhecer. Foi uma festa muito bonita. Todos
estávamos muito bem dispostos e a Marta adorou aquele dia. Convivemos,
brincámos e petiscámos como sempre acontece nas festas familiares. A Marta teve
muitas prendas e recebeu muitos telefonemas de parabéns; estava muito feliz!...
O
ano de 1994 foi pródigo em acontecimentos importantes para a felicidade da
Marta.
Escreveu
na Agenda:
"21
Jan. 94
Fiz
20 anos, fui logo de manhã para casa da mãe do Paulo para estudar um pouco porque o Paulo tinha de ir trabalhar.
Depois a Paula chegou fomos comprar o almoço para fazer um almoço especial. O Zé
Maria veio almoçar connosco, mas o Paulo não pode aparecer.
A Paula ofereceu-me uma caneta, uma camisola
de lã e um soutien, tudo muito bonito, ela foi incrível comigo - não só pelas
prendas mas pela companhia e atenção que teve comigo.
Depois fomos à casa dos avós do Paulo que
foram muito simpáticos e ofereceram-me uma camisola de lã também muito bonita.
Ás 7.30m eu e o Paulo fomos ter com os meus
pais e a Rita, fomos jantar à Churrasqueira, foi muito agradável.
Fui para casa, recebi as prendas dos meus
pais e dormi, para no dia seguinte acordar cedo para preparar a festa.
A minha mãe preparou uma festa muito
agradável.
A minha mãe teve imenso trabalho, fez imensa
coisa, eu pedi-lhe para me fazer um bolo de anos em forma de coelho para recordar
os velhos tempos.
Deram-me muitas prendas e gostei de todas,
mas a minha avó Amélia deu-me uma prenda que eu nunca vou esquecer, ofereceu-me
o fio de ouro dela, eu adorei não pelo fio, mas pela intenção, ainda mais sendo o dela!"
No
dia 14 de Abril a Marta escreve na sua agenda pessoal:
"Tenho uma grande novidade para dar, o
Paulo finalmente vai comprar um carro. É
um comercial só de 2 lugares é um Ibiza CLX branco. Eu acho o carro muito
bonito.
Ainda não nos entregaram o carro, mas
estamos à espera há 15 dias, esperamos que seja para a semana.
A minha irmã vai comprar uma casa no
Algarve, eu não sei muito bem como? mas os meus pais vão este fim-de-semana ao
Algarve para verem a casa.
Eu e o Paulo vamos a Lx. para irmos aos anos do Tiago no
Sábado à noite e para ir jantar a casa dos avós do Paulo., para eu conhecer a
tia e a prima do Paulo que estão em Inglaterra.
Bem agora vou ao médico."
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