MARTA

MARTA
O ADEUS PRECOCE DA MINHA ESTRELA MAIOR

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

PEDIDO DE CASAMENTO

No dia 12 de Maio de 94 escreve:

                          "12 de Maio
MARTA E AVÓ AMÉLIA NO DIA DO PEDIDO
Hoje foi um dia muito importante para mim.
O Paulo pediu-me em casamento aos meus pais, não marcámos data, mas se tudo correr bem daqui a um ano ou menos vamo-nos casar.
O Paulo fez tudo como manda a "praxe", pediu ao Zé Maria e à Paula para irem a minha casa beber café, depois de um pouco de conversa o Zé Maria fez o comunicado.
O meu pai ficou muito admirado, pois nem ele nem a minha mãe desconfiavam de alguma coisa. Só a minha avó Amélia estava um pouco desconfiada, ela ficou muito emocionada. Penso que os meus pais ficaram contentes, mas não demonstraram muito. O meu pai como era de esperar começou logo com os seus pessimismos, a minha mãe reagiu como eu esperava.
Foi um dia muito feliz, mas muito emocionante para mim.
A Paula estava muito feliz.
E eu e o Paulo também gostamos de nos tratar por "noivos".
A Paula e o Zé Maria foram muito simpáticos.
Espero que eu e o Paulo sejamos muito felizes."

O pedido de casamento da Marta apanhou-nos de surpresa. Calculávamos que um dia eles pensariam em casar-se, mas como já viviam juntos, sem nos terem perguntado nada, achávamos que não haveria pedido de casamento.
O Paulo andava muito entusiasmado em explorar uma propriedade do pai dele, localizada perto de Beja, por isso, decidiram pedir um subsídio ao Ministério da Agricultura para plantar sobreiros e azinheiras. A Marta fazia parte da "sociedade", como jovem estudante da Escola Superior Agrária e era também responsável pelos empréstimos ao Ifadap. Quando ela me disse que o Paulo queria vir a nossa casa, com a mãe e o Zé Maria, eu pensei que seria por causa do empréstimo, mas não deixei de ficar um pouco desconfiada.
Nesse dia, a Marta tinha uma consulta de estomatologia na Dr.ª Armanda, por isso, o Zé veio mais cedo do Banco, para a levar a Oeiras. Como esteve cerca de duas horas para desvitalizar um ou dois dentes, quando chegou aqui a casa, vinha muito mal disposta, muito branca e cheia de dores de dentes. Ela estava nervosa e preocupada, pois sabia que o Paulo e a mãe apareceriam dentro de pouco tempo. Deitou-se no sofá e o aspecto dela era de quem estava com muitas dores. Eu estava muito preocupada com a Marta, sempre sofreu com dores de dentes e quando devia estar bem, com boa disposição, estava mesmo doente.
MARTA
 DIA DO PEDIDO DE CASAMENTO
Pedi à minha mãe que fizesse um bolo para o café. Eu andava a dar assistência à Marta e a organizar as coisas. Quando fomos tirar o bolo da forma, este começou a baixar, a baixar e a minguar  e ficou com um aspecto horrível. A minha mãe disse que nunca tinha feito um bolo tão ruim!
Qualquer coisa superior a mim, me fazia sentir angustiada e nervosa, eu não percebia o que se estava a passar comigo, mas eu pressentia alguma coisa de ruim, algo que iria empecilhar a felicidade da minha Marta, por isso, sentia-me apreensiva.
 Olhava a Marta, via-a muito mal encarada, mas feliz. Porque estaria eu assim?
Hoje sei a razão e por isso fico muito angustiada e muito triste.
O Paulo ofereceu-lhe um anel de noivado, que a Marta nunca mais tirou do dedo. Ela adorava aquele anel e toda a sua simbologia.

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